quinta-feira, 29 de maio de 2014

Araras e flores

Os tecidos estampados são uma ótima opção para bordar. O desenho dá a direção, mas é possível criar sobre a estampa. E o mais interessante de tudo é poder escolher a hora de parar. Posso cobrir tudo ou apenas partes do desenho. O trabalho das araras está guardado, ainda não virou coisa alguma, mas provavelmente será uma almofada. 


Este tecido é italiano e já vem com um desenho lindo. O bordado foi feito em linha grossa, com ponto matiz e cobrindo somente parte da estampa.




A mesma técnica de cobrir partes da estampa foi usada aqui, nestas flores. A cor roxa é minha favorita, nada enfeita mais do que tons fortes de roxo misturados com suaves lilazes. Basicamente usei aqui o ponto matiz, que tem um efeito maravilhoso e que acho muito, muito difícil. Como nunca desenhei nada nesta vida, sinto que para bordar um bom matiz é preciso ser um pouco artista. Mas eu amo aprender, e assim cada trabalho é uma tentativa e um passo na direção do melhor.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Corrente

O ato de bordar é uma senha: abre portas em várias direções. O olhar sobre a natureza muda. Uma vez, esperando alguém numa esquina, comecei a observar uma folha. Vi ranhuras em sentidos diferentes, linhas finas, grossas e dois ou três tons de verde. Tudo isso numa folha com menos de 10 centímetros. Neste dia, graças ao atraso de uma amiga para um compromisso de almoço, eu senti que minha vida havia ficado mais rica. E este círculo virtuoso não cessa.

Outra mudança foi na área dos presentes - para lá e para cá. Ana, minha enteada, presenteou-me com esta revista, uma publicação do Britsh Museum de Londres.



Os bordados ali ilustrados são rústicos, cheios (quase não se vê o tecido) e bastante coloridos. Aprendi então que pequenos "defeitos" são, na verdade, estilo, como uma assinatura. É assim também com os tapetes persas, nos quais as pequenas diferenças entre os pontos são uma marca registrada do artesão, além de demonstrar que o trabalho é feito a mão.



Olhei estes detalhes demoradamente. A partir desta observação criei, em cores e pontos, meu primeiro trabalho. Desmanchei um macacão de linho cáqui que não servia mais, escolhi cores neutras e fiz uma moldura dentro de uma moldura dentro de uma moldura...



É claro que este trabalho, feito de roupa velha, só poderia ir morar na Irlanda, na casa de minha amiga Betinha, quem a conhece sabe do que estou falando. Ali chegando, ganhou um lugar especial, no Sun Room recém construído. Olha que orgulho! Um trabalho delicioso de fazer e que despertou lindas palavras de agradecimento: "...sorrindo com os olhos marejados, eu nem pousei a almofada em lugar nenhum, antes de chegar com ela no ponto que já era dela, sem eu precisar pestanejar pra saber, no lugar mais bonito na nossa casa... O objeto em si, o tamanho, o tecido, AS COOOREEEES!!!!, e, claro, o trabalho de arte coroando e literalmente emoldurando tudo!"



No fundo cáqui até as cores neutras brilham. Aqui usei vários pontos: ilhós, chavão, maria-preguiçosa, nó francês, folha, aresta, caseado, cheio, corrente, haste e alinhavo.



terça-feira, 6 de maio de 2014

Banksy

A imagem que ilustra meu perfil é um trabalho do artista inglês Banksy. Fiz duas almofadas para minha amiga Lelena, que vive em Londres.






Encontrei as imagens na internet e Marô fez o risco. O bordado foi todo feito em pontos haste. Neste trabalho percebi como é difícil bordar em preto, mas com persistência é possível chegar a um bom resultado.